Durante palestra de abertura da segunda edição do Teresina
Sustentável, na noite desta quinta-feira (6), no Gran Hotel Arrey, a chilena
Marta Romero afirmou que Teresina tem o tamanho ideal para uma cidade
sustentável. Isto porque, a mudança de escala é um dos pré-requisitos a serem
considerados para que uma cidade possa ser sustentável. Em outras palavras,
busca-se hoje a consolidação de cidades menores, com ações de gestão
integradas, responsabilidade ecológica, dentre outros.
Segundo a palestrante, que é pós-doutora em Arquitetura, os
profissionais devem reconhecer uma série de valores
e atitudes próprios da cidade, buscando desenvolver a ideia de lugar. “Teresina
não pode dar as costas para os rios, pois é rodeada por eles”, ressalta Marta
Romero ao fazer um comparativo das Avenidas Santo Dumont, Frei Serafim e João
XXIII, as quais grandes diferenças quanto ao critério arborização. “Uma tem
muitas árvores, outra é intermediária e a última possui quase nenhuma
cobertura, interferindo diretamente na alteração climática”, explica.
Algumas dessas conclusões foram formuladas após um passeio
pelos principais pontos da capital, onde os especialistas convidados avaliaram
em loco as condições arquitetônicas das construções urbanas. Para o arquiteto
Júlio Medeiros, um dos organizadores do evento, esse é o diferencial do
Teresina Sustentável: a busca de soluções próprias para a cidade, deixando de
lado as referências vindas de grandes centros, a exemplo de São Paulo.
“Geralmente as pessoas chegam e vão falar da realidade de
outros locais. Contudo, o que queremos é que os palestrantes adquiram uma
referência local de Teresina para poderem encontrar soluções para os problemas
existentes em nossa cidade”, defende Medeiros.
O Teresina Sustentável prossegue nesta sexta-feira (7), com a
realização de palestras e debates na busca de soluções sustentáveis para
Teresina.